Letras que não formam nome algum.
O meu caixão será de mogno,
Os grilos cantarão na treva...
Fora, na grama fria, devem estar brilhando as gotas
pequeninas do orvalho.
Há, sobre a mesa, um reflexo triste e vão
Que é o mesmo que vem dos óculos e das carecas.
Há um retrato do Marechal Deodoro proclamando a República.
E de tudo, irradia, grave, uma obscura, uma lenta música...
Ah, meus pobres botões! eu bem quisera traduzir, para vós, uns
dois ou três compassos do Universo!...
Infelizmente não sei tocar violoncelo...
A vida é muito curta, mesmo...
E as estrelas não formam nenhum nome.
[Mario Quintana; Aprendiz de Feiticeiro, 1950]
3 comentários:
Olá, vim aqui te conhecer, A vida é muito curta, e por isso urgente. bjus
"a vida é muito curta".
era disso que eu precisava para uma redação.
obrigado
Ahhhh...esse tema tão constante na obra dele....~Quando leio esse poema...acho que a vida me parece ainda mais curta...e rápida...e ...perturbadora.
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