A casa de Herédia, com grandes sonetos dependurados como panóplias
E escadarias de terceiro ato,
A casa da Rimbaud, com portas súbitas e enganosos corredores, casa-diligência-navio-aeronave-pano, onde só não se perdem os
sonâmbulos e os copos de dados
A casa de Apoinaire, cheias de reis de França e valetes e damas dos quatro naipese onde a gente quebra admiráveis vasos barrocos
correndo atrás de pastorinhas do século XVIII,
A casa de William Blake, que fica sempre noutra parte...
E a casa de João-José, que fica no fundo de um poço, e que não é propriamente casa, mas uma sala-de-espera do fundo do poço.
[Mario Quintana; Aprendiz de Feiticeiro, 1950]
Um comentário:
Muito linda a sua idéia! E quanto ao conteúdo, não precisa dizer que é ótimo!
Beijo.
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