LXXXV. DA VIUVEZ
Ele está morto. Ela, aos ais.
Mas, neste lúgubre assunto,
Quem fica viúvo é o defunto...
Porque esse não casa mais.
LXXXVI. Do Outro MUNDO
Mandou chamar um moribundo
Seus inimigos e abraçá-los quis.
"Bem se vê (um então lhe diz)
Que já não és deste mundo..."
LXXXVII. Dos BENEFÍCIOS DA POBREZA
Pobreza invejas não traz
A ninguém...
Diz-me, acaso lhe descobrirás
Um outro bem?
LXXXVIII. DA RIQUEZA
O dinheiro não traz venturas, certamente.
Mas dá algum conforto... E em verdade te digo:
Sempre é melhor chorar junto à lareira quente
Do que na rua, ao desabrigo.
LXXXIX. DA ALEGRIA NAS ATRIBULAÇÕES
"Olha! o melhor é sorrires!"
Mas já se viu que lembrança!
Dá-me primeiro a bonança,
Que eu te darei o arco íris...
[Mario Quintana; Espelho Mágico, 1945]
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