XLI. DA ARTE DE SER BOM
Sê bom. Mas ao coração
Prudência e cautela ajunta.
Quem todo de mel se unta,
Os ursos o lamberão.
XLII. DO ESPETÁCULO DE SI MESMO
Conhecer a si mesmo é inútil, parece,
Mas sempre diverte um pouco...
Coisa assim como um louco que tivesse
Consciência de que é louco.
XLIII. DA INÚTIL SABEDORIA
"Conhece-te a ti mesmo." Dessa, agora,
O alcance não adivinho.
Muito mais útil nos fora
Conhecer nosso vizinho...
XLIV. DOS LIVROS
Não percas nunca, pelo vão saber,
A fonte viva da sabedoria.
Por mais que estudes, que te adiantaria,
Se a teu amigo tu não sabes ler?
XLV. DA SABEDORIA DOS LIVROS
Não penses compreender a vida nos autores.
Nenhum disto é capaz.
Mas, à medida que vivendo fores,
Melhor os compreenderás.
[Mario Quintana; Espelho Mágico, 1945]
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