VI. DO CUIDADO DA FORMA
Teu verso, barro vil,
No teu casto retiro, amolga, enrija, pule...
Vê depois como brilha, entre os mais, o imbecil,
Arredondado e liso como um bule!
VII. DA VOLUPTUOSIDADE
Tudo, mesmo a velhice, mesmo a doença,
Tudo comporta o seu prazer...
E até o pobre moribundo pensa
Na maneira mais suave de morrer...
VIII. DOS MUNDOS
Deus criou este mundo. O homem, todavia,
Entrou a desconfiar, cogitabundo...
Decerto não gostou lá muito do que via...
E foi logo inventando o outro mundo.
IX. DA INQUIETA ESPERANÇA
Bem sabes Tu, Senhor, que o bem melhor é aquele
Que não passa, talvez, de um desejo ilusório.
Nunca me dês o Céu... quero é sonhar com ele
Na inquietação feliz do Purgatório...
X. DA VIDA ASCÉTICA
Não foge ao mundo o verdadeiro asceta,
Pois em si mesmo tem seu próprio asilo.
E em meio à humana turba, arrebatada e inquieta,
Só ele é simples e tranqüilo.
[Mario Quintana; Espelho Mágico, 1945]
Um comentário:
O poema é muito legal pois fala de coisas sobrenaturais e isso é muito interessante,por que pessoas tem curiositade sobre asunto um poema curto que causa medo pelas paravras fortes .e apesar do autor ter medo do sobrenatural ,ele tem mais medo do,que morte
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