XXII. DA BOA E DA MÁ FORTUNA
É sem razão, e é sem merecimento,
Que a gente a sorte maldiz:
Quanto a mim, sempre odiei o sofrimento,
Mas nunca soube ser feliz...
XXIII. DOS NOSSOS MALES
A nós nos bastem nossos próprios ais,
Que a ninguém sua cruz é pequenína.
Por pior que seja a situação da China,
Os nossos calos doem muito mais...
XXIV. DA INFIEL COMPANHEIRA
Como um cego, grita a gente:
"Felicidade, onde estás?"
Ou vai-nos andando à frente...
Ou ficou lá para trás...
XXV. DA PAZ INTERIOR
O sossego interior, se queres atingi-lo,
Não deixes coisa alguma incompleta ou adiada.
Não há nada que dê um sono mais tranqüilo
Que uma vingança bem executada...
[Mario Quintana; Espelho Mágico, 1945]
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