XC. DOS DEFEITOS ALHEIOS
Do pródigo sorris Coitado! é um bom sujeito...
Mas o avarento Ui! que sórdido animal!
Pudera não! se por sinal
Não tiras deste um só proveito...
XCI. DAS INCLINAÇÕES E DO ESTÔMAGO
Se do lado de Deus ou do Diabo te pões,
Isto são coisas intestinas...
No sábado de noite: álcool e bailarinas...
Domingo de manhã: limonada e sermões...
XCII. DA PLENITUDE
Um dia, ao Zé Caipora e ao Zé Feliz,
Apresentou-se um génio benfazejo.
E, para espanto seu, "Eu nada mais desejo..."
Cada um lhe diz.
XCIII. DA VELHA HISTÓRIA
A história de Pia e Pio
Deste modo se passou:
Tanto ele a perseguiu
Que ela um dia o apanhou...
XCIV. DA RAZÃO
Que de tolices, talvez,
Tem evitado a Razão!
O triste é que até hoje nunca fez
Nenhuma grande ação...
XCV. DA SÁTIRA
A sátira é um espelho: em sua face nua,
Fielmente refletidas,
Descobres, de uma em uma, as caras conhecidas,
E nunca vês a tua...
[Mario Quintana; Espelho Mágico, 1945]
Um comentário:
Eita lugar bom danado, sô!
Nosso mestre de Alegrete é mesmo pra ser lido e relido, toda hora, devorá-lo, comê-lo.
Sempre aqui, apaixonado ainda mais pelos "quintanares"...
Abraços de sempre e sempre...
Germano
Aparece...
Postar um comentário