
O Idiota da Aldeia gostava de coisas brilhantes.
Mal nos respondia: éramos apenas gentes...
Mas uma noite o surpreendi fitando longamente a um trinco de porta
redondo, luzente de luar.
Só vos digo,
ao que me parece,
que o brilho do metal ora abrandava, ora fulgia mais,
como se por instantes ouvisse e depois respondesse.
Só vos digo que, nestes ocultos assuntos, nada se pode dizer...
[Mario Quintana; A vaca e o Hipogrifo, 1977]