quinta-feira, setembro 20, 2007

Floresta

Dédalo de dedos.
Lanterninhas súbitas.
Escutam as orelhas-de-pau. Ssssio...
O gigante deitado
Se virou pro outro lado.
A velha Carabô
Parou de pentear os cabelos.
É o Vencido... são as duas mãos e a cabeça do Vencido que se arrastam.
Que se arrastam penosamente para o poço da Lua,
Para o frescor da Lua, para o leite da Lua, para a lua da Lua!
(Filha, onde teria ficado o resto do corpo?)






[Mario Quintana; Aprendiz de Feiticeiro, 1950]

5 comentários:

Priscila Lopes disse...

Seu blog é excelente - Quintana é maravilhoso de uma maneira quase indefinível. Eu o convido a conhecer o blog que inicio agora com uma amiga, chamado Cinco Espinhos, no qual nos propomos a fazer crítica literária em forma de literatura. Abraços!

KS Nei disse...

Ei! O Manuel Bandeira também voltou!

Anônimo disse...

Quintana, descubro-o aqui pelas mulheres dos espinhos,adoro-as.
Este seu poema encantou -me!
Vou ver mais, ontem vi poucos tinha
um sono diabólico.
Parabéns Quintana , eu volto.
abraço

Anônimo disse...

! Eterno espanto ! Eterno Quintana.

Unknown disse...

Hummmm...um poema de grande beleza plástica...imagens lindas...e fortes , como deve ser mesmo a floresta e seus seres...