sexta-feira, julho 01, 2005

Os antigos retratos de parede



      Os antigos retratos de parede
      Não conseguem ficar longo tempo abstratos.
      Às vezes os seus olhos te fixam, obstinados
      Porque eles nunca se desumanizaram de todo.
      Jamais te voltas para trás de repente.
      Não, não olhes agora!
      O remédio é cantares cantigas loucas e sem fim...
      Sem fim e sem sentido.
      Dessas que a gente inventava para enganar a
      Solidão dos caminhos sem lua.

      [in: Esconderijos do Tempo]