domingo, junho 26, 2005

CANÇÃO DE BARCO E DE OLVIDO



      Para Augusto Meyer

      Não quero a negra desnuda.
      Não quero o baú do morto.
      Eu quero o mapa das nuvens
      E um barco bem vagaroso.
      Ai esquinas esquecidas...
      Ai lampiões de fins de linha...
      Quem me abana das antigas
      Janelas de guilhotina?
      Que eu vou passando e passando,
      Como em busca de outros ares...
      Sempre de barco passando,
      Cantando os meus quintanares...
      No mesmo instante olvidando
      Tudo o de que te lembrares.


      [in: Canções]