quarta-feira, julho 12, 2006

Indivisíveis

O meu primeiro amor e eu sentávamos numa pedra
Que havia num terreno baldio entre as nossas casas.
Falávamos de coisas bobas,
Isto é, que a gente achava bobas
Como qualquer troca de confidências entre crianças de cinco anos.
Crianças...
Parecia que entre um e outro nem havia ainda separação de sexos
A não ser o azul imenso dos olhos dela,
Olhos que eu não encontrava em ninguém mais,
Nem no cachorro e no gato da casa,
Que tinham apenas a mesma fidelidade sem compromisso
E a mesma animal - ou celestial - inocência,
Porque o azul dos olhos dela tornava mais azul o céu:
Não, não importava as coisas bobas que diséssemos.
Éramos um desejo de estar perto, tão perto
Que não havia ali apenas duas encantadas criaturas
Mas um único amor sentado sobre uma tosca pedra,
Enquanto a gente grande passava, caçoava, ria-se, não sabia
Que eles levariam procurando uma coisa assim por toda a sua vida...

5 comentários:

rnt disse...

oba, agora tem ferramenta de busca!

Anônimo disse...

atualise sempre...
mto bacana o blog!
abs

Anônimo disse...

Perfeito!

Anônimo disse...

Esse é smplesmente lindo!!!

Parabés pelo seu trabalho. Mto bom msm o blog.

Continuarei visitando para verificar as atualizações...

Mário Quintana é um mito!!!!

Até mais

Anônimo disse...

Esse pequeno poema sou eu sentado com minha pimeira namorada.. Dói...