domingo, julho 23, 2006

Mentiras

Lili vive no mundo do faz de conta...
Faz de conta que isto é um avião.
Zzzzzuuu...
Depois aterrizou em um piquê e virou um trem.
Tuc tuc tuc tuc...
Entrou pelo túnel, chispando.
Mas debaixo da mesa havia bandidos.
Pum! Pum! Pum!
O trem descarrilou.
E o mocinho?
Onde é que está o mocinho?
Meu Deus! onde é que está o mocinho?!
No auge da confusão, levaram Lili para cama, à força.
E o trem ficou tristemente derribado no chão,
Fazendo de conta que era mesmo uma lata de sardinha.



[Mario Quintana; Sapato Florido, 1948]

3 comentários:

Anônimo disse...

"Afirmar que Mário Quintana se resume ao "poema do passarinho" - o nome do poema é "Poeminha do contra', "O Mapa" e meia dúzia de versos - não é nem meia dúzia de poemas, escreveram meia dúzia de versos mesmo - me parece ingenuidade, para não dizer outra coisa." LUIZ CARLOS AMORIM - Literarte-Julho/2006 -
http://br.geocities.com/prosapoesiaecia/

Anônimo disse...

"Adotado feito sabedoria revestida da linguagem poética, é Mário Quintana um poeta para ser consumido, testemunhado, no exercício do cotidiano." Ma de Fatima B. Michels em ARTIGOS -PALANQUE MARGINAL ed. 218
http://www.palanquemarginal.com.br/

Anônimo disse...

"Disse Quintana que o segredo é não correr atrás das borboletas, e
penso: Quintana viveu a menos de 500 quilômetros daqui..." Urda A. Klueger- "As Borboletas de Mário Quintana" - www.vaniadiniz.pro.br/Colunas/urda/u_cronicas.htm